Triatlo: um exemplo da importância da Natação

Crises de falta de ar por causa da bronquite asmática atormentaram Alessandra Filippini, de 45 anos, durante boa parte da vida. Há dez anos, tudo mudou quando a advogada de Jundiaí-SP resolveu buscar o caminho do esporte e começou a praticar a corrida. Ela nem imaginava que estaria dando os primeiros passos para se tornar  triatleta. O ciclismo e a natação vieram um pouco depois.

- Com 35 anos, resolvi correr e estava inscrita numa prova de 5km. Terminei em vergonhosos 55 minutos, mas feliz, na época, por ter conseguido. Eu fui evoluindo e cheguei às meias maratonas. Fiz os 21km na Maratona de Buenos Aires, mas estava tão bem, que resolvi completar os 42km, mesmo sem treinado bem para isso, para o desespero do professor que me orientava - lembrou.

Atualmente morando em Barueri, na Grande São Paulo, a advogada queria ir além e descobriu o triatlo como novo esporte. Além de correr, ela queria nadar e pedalar com o mesmo fôlego. Em pouco tempo, se encantou pelas modalidades e decidiu se inscrever para o simulado de prova.

- Não tinha bicicleta. Em uma semana tive de comprar uma speed e aprender a pedalar com a sapatilha. Treinava no quarteirão à noite depois do trabalho. Comecei a treinar e, um ano e meio depois, me inscrevi no Ironman 70.3. Depois que concluí uma prova em Punta del Este (Uruguai) em 5h58m, tive a certeza de que nós podemos tudo, basta acreditar, ter determinação, força de vontade e perseverança.

Conciliar profissão e vida social com os treinos exige tempo e dedicação. Por isso, a Alessandra conta com o apoio do marido e também da equipe de trabalho para manter a rotina de exercícios e alimentação. Segundo ela, para quem já pratica outro esporte, a migração fica ainda mais fácil.

- Ter uma assessoria, um grupo, pessoas que ajudem e deem dicas e incentivo é fundamental. Ter dedicação, constância nos treinos, paciência para colher os resultados e curtir o caminho até se chegar onde deseja. A modalidade short ou sprint é bem acessível, com distâncias de 750m de natação, 20km de bike e 5km de corrida. Ter uma boa alimentação e dormir bem também é fundamental para ter bons resultados - destacou.

As crises de bronquite diminuíram bastante, mas vira e mexe aparecem. Alessandra ainda sofre com o problema e contou que vem tentando superar essa adversidade com a total dedicação.
- Entro na água gelada e tenho a sensação que meus pulmões se reduziram, mas continuo. Brinco que eu pego no tranco, pois nos primeiros quilômetros da corrida é sempre difícil, não consigo respirar. O esforço para puxar o ar me dá dores de cabeça. Não uso medicamento durante treinos ou prova, vou com falta de ar mesmo. E no caminho vai melhorando. Em geral termino a corrida melhor do que comecei - afirmou.

Triatlo e superação são palavras que se confundem na cabeça de um triatleta que treina com afinco em busca de evoluir sempre. Tudo para melhorar em cada uma das modalidades. Afinal de contas, não basta ir bem em apenas uma delas. O equilíbrio entre elas é o maior segredo.

- Quando decidi treinar com foco no Iron, percebi que era muito ruim no pedal. Às vezes, chorava depois do treino, pois achava que nunca conseguiria. Na corrida, depois do pedal, minhas pernas doíam muito após 5km e ficava imaginando como correria 21km? Mas isso me fez ser mais forte, me dedicar mais, treinar mais e o resultado foi uma prova espetacular. Meu ápice seria participar do Iron em Kona, no Havaí - encerrou.


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